380 ANOS DA INVASÃO HOLANDESA NO MARANHÃO (1641- 2021)
EUGES LIMA
Historiador
e Presidente do IHGM
É
famoso o clichê histórico da colonização ludovicense: “fundada por franceses
(há controvérsias), colonizada por portugueses e invadida por holandeses”,
então, aproveitando o ensejo dos três séculos e oitenta anos dessa invasão,
vamos conhecer um pouco dessa história.
Os holandeses, instalados em Pernambuco já algum
tempo, no seu projeto de ocupação e ampliação dos seus domínios no Nordeste,
resolveram também ocupar o estado do Maranhão, visando sua produção açucareira,
além de uma porta de entrada para a região amazônica. Como disse Josué Montello
em Os Holandeses no Maranhão (1946): “[...] essas causas em nada foram a
finalidade altruística de plantar a civilização neste pedaço do mundo. Foi na
realidade um pesado fator econômico que armou as naus flamengas.”
No dia 25 de novembro, a poderosa esquadra comanda
pelo Vice-Almirante João Corneles Lichthardt, surge na baía de São Marcos, para
fugir do alcance da artilharia do forte São Felipe, entra na embocadura do rio
Bacanga e desembarca na praia do Desterro com cerca de mil soldados e sobem até
o altiplano onde estava localizada a ermida Nossa Senhora do Desterro que é
saqueada pelos invasores. Em seguida, casas dos moradores são invadidas e
roubadas em várias ocasiões. O saque, a pilhagem e a profanação de templos, foi
uma marca desses primeiros dias de invasão flamenga. Muitos moradores fogem
para as matas da ilha e até para o Continente.
Após essas primeiras hostilidades, as tropas do
Coronel Koin Anderson, finalmente, marcham para a fortaleza portuguesa que é
ocupada sem resistência por parte do governador Bento Maciel Parente, até
porque não tinha forças para tal. A
partir daí, a ilha de São Luís passa a estar sob as ordens do Príncipe Maurício
de Nassau, ampliando os holandeses o seu domínio para o Norte. Depois de
conquistarem a Ilha de São Luís, os holandeses partem para o interior, em
direção ao Vale do Itapecuru, tomam o forte do Calvário e ocupam os cinco
engenhos de açúcar dessa região.
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