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1948, o acidente aéreo que abalou São Luís

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                                                                                    por EUGES LIMA (historiador, professor e membro efetivo do IHGM)   6 de agosto de 1948...Almeida Galhardo estava no seu quarto, pensativo, na república onde morava, no centro de São Luís, compondo mais um de seus sonetos. Seu plano, era em breve, assim que conseguisse recursos financeiros suficientes ou apoio, publicar seu primeiro livro de poemas, alguns já bem conhecidos, como Cruz de Ouro e Gaiovotas , publicados anteriormente em jornais da cidade. Quando de repente, chega uma carta vinda da sua cidade natal - a longínqua e paradisíaca Tutóia - informando que sua mãe, Dona Joaquina, não passava nada bem e teria ido com urgência para a cidade de Parnaíba, no Piauí, em busca de auxilio...

A LENDA DO CARRO DE ANA JANSEN

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  por EUGES LIMA Historiador e Presidente do IHGM   Ana Joaquina Jansen Pereira, mais conhecida como Ana Jansen ou ainda Donana Jansen é uma figura icônica da história do Maranhão, personagem histórico e ao mesmo tempo lendário que viveu durante o século XIX em São Luís do Maranhão. Nasceu no ano de 1798 e faleceu em 11 de abril de 1869 em sua suntuosa residência na Rua dos Remédios (Rua Rio Branco), esquina com a Tapada. Tinha ancestralidade alemã, holandesa, inglesa e portuguesa, porém, quando nasceu, os Jansen já se encontravam pobres no Maranhão, portanto, veio de origem humilde, mas recusou-se a aceitar sua condição social e lutou muito com todas as suas fibras para se tornar a mulher mais rica e poderosa não só do Maranhão, mas de todo o Brasil Imperial. Por conta desse empoderamento feminino em pleno século XIX, incomum para o seu tempo, em meio a uma sociedade maranhense patriarcal, Ana Jansen, enfrentou muita oposição e teve muitos adversários poderosos – co...

195 ANOS DE CÉSAR MARQUES

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  por EUGES LIMA (historiador)   “Apaixonado em extremo pelo estudo da nossa História, passou César Marques grande parte da sua vida, [...] investigando os arquivos, levantando dados e reconstituindo fatos, e, desta maneira, adquiriu tal soma de conhecimentos, que se tornou, inquestionavelmente, depois de João Francisco Lisboa, o maior historiador do Maranhão.” Jerônimo de Viveiros (1954)   Hoje, 12 de dezembro de 2021, completam-se 195 anos do nascimento do historiador maranhense, César Augusto Marques, autor do  “Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão [1870]”. Este, que foi o principal trabalho desse autor e o que o consagrou como historiador, não só no Maranhão, no Brasil, mas também fora do país, foi considerado um “bíblia” para quem desejava conhecer ou pesquisar algo sobre a história do Maranhão, a bem da verdade, passados cento e cinquenta e um anos de sua publicação, até os dias de hoje, ainda não é considerado prudente, pesqui...

380 ANOS DA INVASÃO HOLANDESA NO MARANHÃO (1641- 2021)

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EUGES LIMA Historiador e Presidente do IHGM   Esse é um dos capítulos mais importantes da nossa história colonial. Há cerca de 380 anos, no dia 25 de novembro de 1641, uma poderosa esquadra holandesa, formada por dezenove navios, dois mil soldados, invadiram a Ilha de São Luís. Essa ocupação se deu no contexto da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro. Num primeiro momento na Bahia (1624-1625), depois, em Pernambuco (1630-1654) e finalmente no Maranhão (1641-1644). É famoso o clichê histórico da colonização ludovicense: “fundada por franceses (há controvérsias), colonizada por portugueses e invadida por holandeses”, então, aproveitando o ensejo dos três séculos e oitenta anos dessa invasão, vamos conhecer um pouco dessa história. Os holandeses, instalados em Pernambuco já algum tempo, no seu projeto de ocupação e ampliação dos seus domínios no Nordeste, resolveram também ocupar o estado do Maranhão, visando sua produção açucareira, além de uma porta de entrada para a região amaz...

407 Anos da Batalha de Guaxenduba (1614-2021)

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  por EUGES LIMA (historiador e presidente do IHGM)   A Batalha de Guaxenduba, completa hoje, 407 anos. Há mais de quatro séculos, na manhã do dia 19 de novembro de 1614, nas areias das praias do então sítio de Guaxenduba, no continente maranhense, hoje, as praias de Santa Maria, praia da Boca da Lagoa e praia de São Pedro, localizadas no povoado de Santa Maria, município de Icatu, Maranhão, franceses e portugueses se enfrentaram numa sangrenta guerra épica pela posse do Maranhão. As forças portuguesas estavam sob o comando do Capitão-Mor Jerônimo de Albuquerque, auxiliado pelo Sargento-Mor do Brasil Diogo de Campos Moreno e o exército francês, sob a liderança de Daniel de La Touche, o senhor de la Ravardière. Embora em superioridade numérica e bélica, mas por erros estratégicos, autoconfiança demasiada, além de fatores naturais, os franceses acabaram sendo derrotados pelas debilitadas forças portuguesas, que se utilizando de um estilo de guerra peculiar ao Brasil co...

O Bicentenário da Imprensa Maranhense (1821/2021)

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por EUGES LIMA (historiador e pres. do IHGM)   Hoje, 10 de novembro, comemora-se o Bicentenário da imprensa   maranhense. Há exatos 200 anos, era publicado em formato impresso em São Luís, pela primeira vez, o primeiro jornal do Maranhão, intitulado de “O Conciliador do Maranhão”. Nascia assim, a imprensa no Maranhão. Esse jornal era oficial e noticioso do governo do Maranhão e surgiu no contexto do processo de emancipação política do Brasil e do Maranhão, onde as tensões entre portugueses e brasileiros estavam bastante acentuadas. Seu objetivo era divulgar as ações do governo e ao mesmo tempo defender sua posição política e ideológica em prol de Portugal e das Cortes portuguesas. Trazia resumo de notícias do exterior, transcrições, anúncios oficiais, balancetes de repartições e sempre que podia, falava mal dos adversários políticos, além de textos elogiosos a administração do governo. É importante esclarecer que os primeiros 34 números de O Conciliador do Maranhão foram ...

O FIM DO JORNAL IMPRESSO

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  por EUGES LIMA (historiador)   O tradicional jornal O Estado do Maranhão (62 anos), vem anunciando já há alguns meses o fim de suas edições impressas, talvez, querendo preparar aquele leitor ainda apegado ao jornal físico que essa Era está chegando ao fim. Li em algum lugar, que a última publicação impressa desse jornal sairá nesse fim de semana, depois disso, será somente on line.   Para um leitor, como eu, pertencente à geração X (35-49 anos), e mais que isso, alguém que coleciona livros raros (bibliófilo), que colecionava revistas, recortes de jornais... Que cresceu também a partir do paradigma do impresso, a quem não basta ler; é preciso ter o contato físico, guardar, acumular, estimular os sentidos... Cheiro, textura... Ter que encarar o fim da Era do Impresso, não é algo tão fácil, pois é ter que encarar que o mundo em que você cresceu, que você criou suas referências, está deixando de existir. O mundo hoje é cada vez mais virtual que real, um mundo digital,...